quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Saudades de Caymmi



Hoje acordei com saudades de Caymmi, saudade do bom baiano, de suas canções eternas, de sua camisa listrada de branco e azul.
Saudade da sua voz preguiçosa que enche o ar de melodia...
''Andei, por andar, andei e todo caminho deu no mar
A onda do mar leva, a onda do mar traz, quem vem pra beira da praia meu bem, não volta nunca mais''...
Fiquei pensando na saudade que ele sentiu de Stella, vindo busca-la onze dias depois de ter partido desse mundo.
Sim foram 60 anos de uma união completa, na vida, no amor, na música.
Uma vida de simplicidade que durou 94 anos em terra a beira mar...
Fiquei pensando em suas tardes, em suas noites, em quê, e como se inspirava esse poeta dos mares, sua rede, seu violão, no silêncio de seus momentos, por que todo poeta sabe silênciar.
''Minha jangada vai sair pro mar, vou trabalhar meu bem querer''
Canções eternas, canções ao mar, ao pescador, ao sonhador...
Pensei no amor de Caymmi, em sua ''ciranda'' em sua grandeza de se fazer pequeno, de caber humildemente na boca do povo, sim, por que Caymmi sempre foi aquilo que cantava e na simplicidade de como o fazia.
Cabia no rádio de pilha, nas imagens em preto e branco, nas poesias...coube na saudade da Bahia, na nostalgia de seu tempo, aliás, sempre é tempo de Caymmi, sempre é tempo de ouvir o que é bom e acredito que as futuras gerações ainda irão ouvir falar de seu nome,
de suas canções e de suas crenças, pois o tesouro que ele deixou nesse mundo em forma de canções e poesias, vai muito além daquilo que acreditamos, e acredito que aprenderemos um dia.
''Pobre de quem acredita na glória e no dinheiro para ser feliz".
Palavras de Caymmi...